12. Shiva

Através do Tantra podemos afirmar que o deus Shiva obteve uma grande "vitória" sobre as duas outras entidades supremas do panteão indiano - Brahma e Vishnu. Tanto que nos primeiros Purunas clássicos Shiva era apenas um dos aspectos de Vishnu. A força primitiva da deusa que se mostra através do deus fez então valer o seu poder. E interessante perceber que dentro da mitologia celta também encontramos uma triade de deuses (Taranis, Esus e Teutates) que se assemelham bastante aos do panteao Hindu.

No mito da origem do Poder (lingobhava) narra-se que nada havia além das águas. Vishnu fluía-se pelo não-tempo quando então percebe outra luminosidade formando-se. É Brahma, o criador do universo. Sorrindo, o recém chegado pergunta: "Quem és tu? Qual tua origem? O que faz aqui?". Vishnu respondeu-lhe: "Eu sou o conservador e o destruidor do universo, formei-o e o desfiz centenas e centenas de vezes." Respeitosamente, Brahma argumentou que ele era o criador do universo e os dois continuaram a se contestar e a discordar.

Enquanto discutiam perceberam a presença de um poder elevar-se em meio ao universo como uma gigantesca torre de luz coroado de chamas. Subitamente esse poder transformou-se em espaço infinito. As duas divindades maravilhadas contemplaram aquela aparição com assombro respeitoso.

- Vamos tentar localizar as extremidades dessa aparição - disse Brahma - enquanto eu vou por fora, você vai por dentro. Percorreram todos os opostos mas nada encontraram. Surge então desse poder, Shiva, a força suprema da existência, que é então reverenciado pelos dois deuses.