mardi 10 juillet 2007


52. O Rei e o Mendigo.
Eu só amo os que vivem como se estiverem se extinguindo
Porque são eles que atravessam desse para o outro lado.
(Nietzsche)

Mas qual é a essência do Tantra? Manter-se sempre no agora. É diferenciação, desidentificação, transcendência e integração. Mas não há nada de especial nisso; e se para o ego esse “novo” conhecimento pode parecer estranho, especial ou padoradoxal, isso se dá porque o Tantra embora o comporte, está muito além dele.
Podemos ver também o que forma essa essência, como uma série de técnicas para se empregar e trabalhar as energias da atenção e da percepção, entre outras, para ativar determinadas estruturas (características, habilidades, atitudes, poderes) e desativar estruturas indesejadas (medos, recalques, bloqueios). O eco dessa essência é a possibilidade de desenvolver poderes latentes, que se encontram fora das normas sociais (alguns até se opondo a ela), por meio de um mergulho profundo num aqui e agora que busca, enfim, perceber a Consciência como um Todo.
Nas dimensões da Visão, os atributos do Tantra incluiriam a percepção clara da realidade - sem "distorções". Parodiando Blake, poderíamos dizer que o tantrico seria aquele cujas as portas da percepção foram abertas. Trata-se na capacidade de penetrar no mundo e de percebê-lo de acordo como ele é, livre de elementos distorcedores de realidade tais como o desejo, a aversão, a ignorância e o medo.
Os tantrikas, pelo menos aqueles que caminham tendo como referência a compaixão, são motivados pelas chamadas necessidades superiores de compaixão, e tem como objetivo de vida a autorealização e a autotrancendência para ajudar o outro, pois vão além dos desejos egocêntricos comuns tais como: necessidade de posses, competitividade, entre outros. O ponto importante aqui é perceber a não identificação com esses desejos e não o fato de agir a partir deles.
Enfim temos a Impermanência... Esse conceito é por demais importante dentro do sadhana tântrico. Impermanência como percepção de que tudo a nossa volta não possui uma realidade absoluta. Daqui a cem anos todas as pessoas que estão lendo essas palavras, assim como eu, assim como todas as pessoas no planeta terra, estarão mortas. A Vida não é, a Vida é um estar. E a percepção desse fato é importantíssimo.