Sujeito e objeto, dualidade e não dualidade, eu e outros, assim como samsara e nirvana
Tudo isso são discriminações. Abandone-as e deixe a mente descansar em equilíbrio tranqüilo.
(Dignaga)
Nós somos de várias raças. Várias cores. Sabores distintos e variados odores. Nós somos pretos, brancos, amarelos e vermelhos. Não temos nome porque possuímos vários nomes. Não temos casa porque moramos no mundo. Não somos velhos porque sabemos sorrir. Não somos novos porque podemos chorar. Não somos homens porque brilhamos e parimos. Não somos mulheres porque lutamos em silêncio. Não temos vida porque Somos. Não temos verve mas temos Vinho. Não possuímos credos nem igrejas além da felicidade do agora e dos bosques no campo. Não temos dogmas mas suor e saliva. Sentimos dor e esperança. Fugimos e sonhamos. Nossa filosofia é feito o vento e nossos valores se estendem pelo céus; de ponta a ponta do horizonte quando chove e faz sol.
O objetivo desse texto, que eu não sei o que irá se tornar, é tentar perceber, cheirar, esmiuçar, trazer para o dia a dia, um tipo de conhecimento que, embora só tenha sido “colocado no papel” a partir da Idade Média, remontam até os primórdios da raça humana. O Tantra. Mas esse trabalho não tem a pretensão de ser A Grande Obra no assunto. Destina-se àqueles que estejam começando a ler sobre o tema ou aos que possuem a curiosidade sobre o mesmo e nunca leram nada a respeito. Na bibliografia selecionada, aquele que se interessar por ir mais fundo achará uma gama de autores altamente qualificados.
E a minha escrita não possui um caráter linear. Não é explicativa nem retilínea. Meu texto não se enquadra na tradicional arrumação início, meio e fim. Mas o que eu procurarei nessa jornada é trazer essa erudição, que normalmente acompanha esse tema, para “baixo”, para o dia-a-dia, para o nível do mais comum possível (sem perder a sua essência, é claro). Tentarei abrir essa caixa hermética para compartilhar com aquele ser humano (igual a mim), preso nesse emaranhado de formas, sons e cores, esse fogo de Hermes e de Prometeu. Contudo a forma será reflexiva, e não didática. Não tenho a pretenção de ensinar a ninguém o que vem a ser o Tantra e sim de convidar as pessoas para uma jornada rumo a essa dança.
(Rio - abril 2000)
(Rio - abril 2000)
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