lundi 9 juillet 2007

Dezesseis


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Talvez o orgasmo tenha sido o primeiro estado alterado da consciência experimentado pela nossa espécie, abrindo assim pela primeira vez as “portas da percepção”. Encontramos, por exemplo, no épico Gilgamesh, a humanização do selvagem Enkidu ao participar de um rito sexual com uma sacerdotisa de Ishtar.

Mas podemos definir que tipos de indivíduos eram esses ancestrais que veneravam a Deusa? Podemos fazer algum tipo de exercício de pré-cognição e desvendar-lhes o seu dia a dia? E podemos aprender alguma coisa com eles?

Como não foi nos deixado nada por escrito podemos apenas conjeturar a respeito. A arqueologia é uma ferramenta valiosa nessa tarefa, porém quase tudo o que sabemos cientificamente a respeito de nosso passado e de como se deu nossa evolução cultural é mera interpretação.

Contudo faz-se necessário a pergunta: interpreta-se a partir de qual visão de mundo? A grande maioria dos arqueólogos, antropólogos e historiadores são do sexo masculino, e esse fator - obviamente - interfere em seus trabalhos e em suas conclusões. Por exemplo, todo o período a partir de Darwin foi construído em cima da fórmula “o mais forte sobrevive”, mas hoje sabemos que o mais criativo sobrevive.